quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Janela

Sono, algum, mas é tarde demais pra ir dormir. Então venho cá falar ao vento. Mais tarde o sol vai se por de novo na minha janela e outra noite vai chegar. Oito meses depois, é como se fossem anos, é como se fosse ontem. Em março, mais um, outro em abril. Meus mortos. Eu os contei até hoje. Não vou mais contá-los. Não vou mais pensar neles como perdas. Quando lembrar deles, que seja como memória, um pedaço do que um dia eu mesma terei sido nesta vida. Porque é assim mesmo. Por um tempo somos memória e depois poeira de estrelas. Passamos todos. E o tempo é muito maior que nós. O amor talvez seja mais forte que o tempo, maior, não.

Um comentário:

  1. Em parte somos memória, em parte esquecimento. O amor não é mais forte que o tempo é um inimigo e também álibi, de acordo com o amor o tempo é mais ameno ou então mais grave.Tudo o que perdemos na pele, ganhamos em memória e esquecimento, um joguete ridículo, no qual precisamos lembrar pra poder esquecer e precisamos esquecer pra poder lembrar, o mundo é um rolo de barbante tudo é ponta pra outra coisa, não se separa, nem acaba, nem começa, só arrebenta...não é um texto de resposta, é um texto redundante...eu concordo...um beijo padrinha...saudade de ti e do teu cabelo que enrola com o ritmo dos teus pensamentos...volta logo

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